sexta-feira, junho 30, 2006

Cantemos o Hino assim amanhã.



A Portuguesa", que hoje é um dos símbolos nacionais de Portugal nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao ultimato britânico para que as tropas portuguesas abandonassem as suas posições em África, no denominado "Mapa cor-de-rosa".

Em Portugal, a reacção popular contra os ingleses e contra a monarquia, que permitia esse género de humilhação, manifestou-se de várias formas. "A Portuguesa" foi composta em 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil, e foi utilizada desde cedo como símbolo patriótico mas também republicano. Aliás, em 31 de Janeiro de 1891, numa tentativa falhada de golpe de Estado que pretendia implantar a república em Portugal, esta canção já aparecia como a opção dos republicanos para hino nacional, o que aconteceu, efectivamente, quando, após a instauração da República a 5 de Outubro de 1910, a Assembleia Nacional Constituinte a consagrou como símbolo nacional em 19 de Junho de 1911 (na mesma data foi também adoptada a bandeira nacional).

A Portuguesa, proibida pelo regime monárquico, que originalmente tinha uma letra um tanto ou quanto diferente (mesmo a música foi sofrendo algumas alterações) - onde hoje se diz "contra os canhões", dizia-se "contra os bretões", ou seja, os ingleses - veio substituir o Hymno da Carta, então o hino da monarquia.



I
Heroes do mar, nobre povo,
Nação valente e immortal
Levantae hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memoria,
Oh patria, sente-se a voz
Dos teus egregios avós
Que ha-de guiar-te à victoria!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os bretões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta bandeira,
Á luz viva do teu céo!
Brade a Europa á terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu sólo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Ás armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Ás armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os bretões marchar!
III
Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do resurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injurias da sorte.
Ás armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Ás armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os bretões marchar, marchar!



Free Web Counter
Free Website Counters