quinta-feira, junho 08, 2006

Mau Jornalismo ou a história de frustrações mal escondidas

A edição do Jornal de Notícias de hoje é mais um exemplo de fraca qualidade jornalística e de óbvia intenção política contra a Câmara Municipal do Porto.

A propósito da requalificação da Avenida dos Aliados - uma obra que marcará a cidade para muitas décadas - idealizada pelos dois arquitectos portugueses contemporâneos de maior prestígio mundial, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura, o jornal dirigido por Leite Pereira, apresenta a nova Avenida, em manchete, com três jovens a tomar banho na fonte, a que lhe deu o inusitado título de «Nova imagem dos Aliados». É esta a imagem que o JN pôs à disposição dos leitores e, fundamentalmente, de investigadores que, no futuro, nele se queiram apoiar para documentar estudos que pretendam desenvolver.


A falta de nível e de respeito pela cidade, permitem ao JN dar uma má imagem da renovada sala de visitas do Porto, evidenciando um aspecto que nada tem a ver com a obra em si, mas apenas - quando muito - com uma questão de civismo. Um pormenor que serviu os objectivos políticos do Jornal de Notícias, mas que rebaixa a um patamar inferior o jornalismo portuense.


No interior do matutino, mais concretamente na manchete do caderno «Porto», a direcção do JN volta a insistir na mensagem dos banhos, para titular uma notícia equilibrada e factual do jornalista que fez a reportagem sobre o arranque da iluminação da Avenida e a devolução deste espaço nobre da cidade aos portuenses.


O ridículo da «habilidade» política é novamente evidenciado através da selecção de opiniões: lado a lado com Siza Vieira são escolhidas afirmações de... utentes da Avenida...


O Porto num caos


Para além de ficar sem saber qual o verdadeiro aspecto da Avenida dos Aliados, quem hoje lesse o JN pensando que ele é dirigido de forma séria e profissional, ficaria certamente convencido que o Porto estaria quase à beira de uma rebelião ou de uma guerra civil.


Ao longo das várias páginas do mesmo caderno «Porto», o leitor esbarra com títulos bombásticos como «Ameaça de greve nos SMAS», «Revolta na Ribeira», «Cidade em risco para Sapadores» e ainda pode reavivar a memória e ficar a saber que os «Paços do Concelho têm sido palco de muitas manifestações». Neste exercício «jornalístico», entre 2002 e 2006, o JN contabilizou o elevadíssimo número de cinco protestos, designadamente dos moradores das Fontaínhas e dos ciganos despejados do Bairro S. João de Deus.


E a lâmpada ?


A direcção do JN desconhece que no momento em que a luz se acendeu em toda a Avenida dos Aliados, havia uma lâmpada fundida. Fontes próximas do JN atribuem a responsabilidade ao jornalista de serviço que, ao não avisar a sua direcção, inviabilizou um, mais do que provável, destaque editorial.

7 Comments:

Blogger Desterrado said...

Abençoado JN que possibilita ver posts teus neste blog.

4:14 da tarde  
Blogger Susana said...

Belíssimo texto opinativo. Digno de ser publicado em qualquer jornal. (estou a falar a sério!) :D

11:26 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É o Manuel Teixeira que assina "Destro" ou o Destro que assina "Manuel Teixeira"? Este escarro foi copiado do site da CMP, ou foi o site da CMP que veio aqui roubá-lo?...

11:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os jornalistas do JN cumpriram, sexta-feira e sábado passados, uma greve de um dia e uma greve ao trabalho suplementar no feriado Dia de Portugal. “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias” e “Correio da Manhã” publicaram, nas suas edições de sábado, envergonhadas breves de 200 a 300 caracteres sobre a paralisação. O "Público", sempre atento e com uma secção de “Média” sempre muito atenta, ignorou. E a RTP-1 passou uma pequena reportagem no “Jornal da Tarde”. Independentemente das razões que possam, ou não, assistir aos grevistas fica para o futuro o silenciamento da greve, executado (e orquestrado?) pelos seus próprios pares.

Na sexta-feira, os trabalhadores consulares e das missões diplomáticas também estiveram em greve. Aqueles mesmíssimos órgãos de Comunicação Social não silenciaram esta paralisação. E bem.

Entre uma e outra atitudes fica o comportamento menos sério de vários jornalistas e jornais. A quem aproveita este silenciamento?

8:10 da tarde  
Blogger Desterrado said...

Ó Destro, vê lá se não és acusado de plágio pela C.M.Porto!!! Ou estás à espera que te contratem para ajudares nesta longa batalha entre o JN e a CMP.
É que mais de metade das noticias no site da CMP são respostas ao JN.

9:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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12:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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