Estatísticas e Psicologia
Já fui ao Centro de Emprego para definir o meu Plano Pessoal de Emprego.
O Centro de Vila Nova de Gaia tem 30 mil inscritos e é o maior do país - disseram as técnicas de lá.
Apesar de terem aquilo sempre à pinha, dão-se ao trabalho de seleccionar as pessoas de acordo com áreas e escolaridade para as sessões. As técnicas são muito simpáticas e ajudam-nos mesmo a descobrir métodos de procura de emprego muito utéis.
Assim, lá estávamos 14 pessoas, todas licenciadas: 12 professores e 2 jornalistas; 11 mulheres e 3 homens!
Esta semana fui fazer o que eles chamam de um mini-curso de formação de Técnicas de Procura de Emprego, dirigido por uma psicóloga, que geralmente convocam as pessoas por carta - e é obrigatório lá ir, sob pena de perder o subsídio. Neste caso, todos nos tínhamos oferecido voluntariamente para a formação e pensávamos que iria ser dia e meio de grande seca, mas não! Para quem se sente um inútil em todos os dias em que se encontra desempregado, lá encontra pelo menos o conforto de que não somos os únicos no mundo a tentar a sua sorte a bater em portas, recebendo só "nãos redondos".
Éramos 17 formandos todos licenciados: 15 professores e 2 jornalistas; 15 mulheres e 2 homens. Uma média de idades de 30 anos.
Eu era a pessoa com mais experiência profissional! A maior parte tinha saído da faculdade o ano passado. Não obstante, a partilha de experiências é sempre benéfica e foi muito divertido conhecer pessoas novas e diferentes.
Assim, de acordo com as minhas estatíticas: mais de 80% dos desempregados são mulheres e professoras, e estão perto dos 30 anos...
Saímos de lá muito bem informados em como fazer currículos mais chamativos e coisas a evitar em entrevistas, mas principalmente foi bom ouvir da psicóloga de que os desempregados, por norma, se sentem muito em baixo, porque todos os dias questionam o seu profissionalismo, já que não têm onde aplicá-lo.
Ainda, de acordo com a psicóloga, muitos entram em depressão, pela quantidade de tempo que se encontram enclausurados e afastados do seu meio de trabalho e porque as pessoas mais próximas se encontram a trabalhar.
A própria psicóloga (com 27 anos) tem andado a saltar de emprego em emprego e está neste momento contratada para fazer estas sessões, que já iam acabar para a semana. Mas, por isto mesmo, foi a pessoa indicada para nos dizer que temos de lutar contra a apatia e isolamento que o factor desemprego nos traz.
Para quem não sabe o Governo está a apostar nestas sessões de informação e os psicólogos são pagos por fora do orçamento de cada Centro de Emprego. Deve ser um grande investimento, mas penso que terá o seus frutos.
Fiquei também a saber que, para outras áreas que não a minha, existem vários programas de incentivo ao emprego em PME's ou desenvolvimento do próprio negócio. O Programa das PME's começou dirigido para 1000 jovens e teve tanto sucesso que já o alargaram para 3000. Ontem Sócrates disse que talvez chegasse aos 5000.
Resumindo: existe mesmo muita vontade de trabalhar, trabalho é que nem vê-lo!
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