Maus Exemplos

Apesar de todas as campanhas de promoção de Portugal, há coisas em que continuamos a falhar redondamente por laxismo e falta de consideração. Ontem assisti a 2 episódios que me deixaram profundamente desiludido com o país de que tanto gosto:

I - junto a minha casa, os autocarros da Carris são obrigados a efectuar uma curva apertada para entrarem na Rua Almirante Barroso. Para permitir que os autocarros façam a curva existe um sinal de Estacionamento Proibido logo à entrada da rua que como é óbvio ninguém respeita. Ontem de manhã quando ia cumprir a minha rotina dominical da compra do jornal deparei-me com mais um pobre condutor da Carris a ter que fazer várias manobras para conseguir fazer a curva, devido a um carro mal estacionado. A diferença face aos outros dias é que logo atrás do autocarro seguia um carro da PSP com 4 agentes da Divisão de Trânsito. Pronto, pensei eu, é hoje que este pessoal aprende à custa da multa!!! Depois de uns bons 3/4 minutos de dificuldades o autocarro lá seguiu o seu caminho. Qual não é meu espanto quando o carro da PSP segue o seu caminho ignorando por completo os carros que estavam a dificultar a passagem dos autocarros.



II - à tarde fui com os meus pais aos Jerónimos, já que nenhum de nós alguma vez tinha visitado este monumento nacional. Para visitar os claustros desembolsamos 4,5€ e lá entramos. Ao chegar ao claustro deparamo-nos com um claustro repleto do entulho resultante da cerimónia de assinatura do Tratado de Lisboa. Vim a saber que o espaço tinha estado encerrado na Sexta-Feira e Sábado, mas mesmo assim a limpeza ficou por fazer e os turistas deparavam-se com as alcatifas, palcos e papeis a cobrirem o jardim do Claustro. Mas o melhor de tudo foi mesmo ver a expressão de espanto dos turistas que por lá andavam. Pela quantidade de fotografias tiradas ao entulho, imagino que se tenha prestado um enorme serviço à promoção de Portugal. Penso que os 2 dias e meio que tiveram para arrumar o espaço eram mais do que suficientes, mas no caso de não serem o melhor mesmo teria sido mantê-lo fechado até que estivesse em condições de ser aberto ao público. Logo que consiga juntarei as fotos que ilustram esta situação.


Ou seja, penso que não basta gastar uns quantos milhões de euros em campanhas publicitárias a promover tudo o que de bom há no nosso país, há que fazer com que tanto nós que vivemos cá como os que nos visitam sintam que realmente Portugal é um local óptimo. Isso só se consegue com um sentido de cidadania mais forte e com a convicção de que teremos sempre que providenciar uma experiência agradável a quem nos visita, para que voltem um dia mais tarde e convençam outros a vir.